Você certamente já ouviu falar de vírus e bactérias, especialmente nesse  momento em que todos falam do tal do SARS-CoV-2, o coronavírus que causa  a doença Covid-19 e que, infelizmente, já fez muitas vítimas, além de virar a
nossa vida de cabeça pra baixo. Mas tem muita gente, muitas mulheres  fantásticas que há décadas estudam os vírus e Esther Lederberg é uma delas.  A cientista ficou conhecida como a pioneira da genética de bactérias. Mal sabia ela
que seus estudos teriam tantos desdobramentos e salvariam muitas vidas. A primeira grande descoberta de Esther Lederberg foi o vírus Fago Lambda.  Você já ouviu falar dele? Ele ataca bactérias, especialmente a Escherichia coli,
que é uma bactéria facilmente encontrada na nossa flora intestinal, causadora de infecções graves quando sua população está aumenta. Mas, peraí… Se o  vírus ataca a bactéria, ele não poderia ser usado para destrui-la? Poderia, sim,  e diversos estudos vêm sendo realizados com esse objetivo. Embora esse  vírus já seja conhecido há quase um século ele ainda encanta muitos  pesquisadores e pesquisadoras.


As contribuições de Esther não ficaram restritas à descoberta do Fago Lambda. Ela criou também um modo de estudar mutações em bactérias chamado placa réplica. Seu novo método agilizou o estudo das mutações de bactérias e com isso permitiu que sua equipe estudasse a resistência das bactérias aos antibióticos e, por consequência, provar que elas podem sofrer mutações espontaneamente. Além disso, demonstrou que algumas bactérias podem ser  resistentes aos antibióticos antes mesmo de entrarem em contato com eles! Esther era muito bem humorada e inteligente, gostava de contar histórias, mas ao mesmo tempo era discreta. Os estudos que ela desenvolveu com as
bactérias renderam ao seu marido Joshua Lederberg o Prêmio Nobel de Medicina, em 1958. Dizem que em seu discurso, no dia da premiação, ele não mencionou a participação de Esther nas pesquisas nem tampouco a agradeceu. Ah, e tem mais: Esther era apaixonada por música medieval e  fundou uma orquestra de flautas doces. Foi por meio da música que Esther  encontrou seu segundo marido, Matthew Simon, engenheiro apaixonado por
música barroca.

Muito habilidosa com as línguas, Esther falava hebreu fluentemente numa época em que só os homens estudavam hebreu formalmente. Começou a estudar francês na faculdade, mas acabou migrando para ciências. Podemos
dizer que Esther Lederberg era uma mulher de muitas habilidades, cientista de primeira linha, amante da música e das línguas. O que mais me encanta é sua habilidade com as bactérias. E você, qual das habilidades de Esther Lederberg gostaria de ter? Me conte.