Pai é aquele que vira referência na vida da gente e a certeza do apoio em todos os aspectos, ao mesmo tempo em que nos alerta para as nossas decisões. Por vezes, pai é uma das figuras centrais que nos ensina a valorizar a educação, o trabalho e a disciplina, para que estejamos preparados para enfrentar os desafios da vida, inclusive no que diz respeito à escolha da carreira profissional. Neste Dia dos Pais, colhemos depoimentos dos nossos servidores e de seus pais que compartilham a mesma escolha: o serviço público.
“Como muitas crianças, acompanhei meu pai ao trabalho em diversas ocasiões. Nessas visitas, observava sua habilidade de lidar com as pessoas, enfrentar desafios e exercer suas funções com responsabilidade e dedicação. Sempre me enchia de orgulho ver o reconhecimento que ele recebia por sua postura ética e comprometida. Desde cedo, compreendi, por meio do exemplo dele, o verdadeiro significado de ser um servidor público: estar, de fato, a serviço da sociedade, com responsabilidade, respeito e cuidado”, lembra Marianna Bernstein, diretora de Polos.
O pai de Marianna é José Manoel do Outeiro, gerente administrativo do IMPA – Instituto de Matemática Pura Aplicada, que ingressou no serviço público em 1972. Ao falar sobre a filha, disse que achou uma boa decisão a escolha por prestar concurso para a Fundação Cecierj. “Como servidor público, acredito que nosso papel é garantir que os direitos cheguem a todos. Somos a ponte entre o Estado e a população, levando serviços essenciais com compromisso e responsabilidade.”
Marianna destacou que, “crescendo com esse modelo tão inspirador”, ela procurou seguir os mesmos valores”. “Entrei na Fundação Cecierj por meio de um contrato temporário. Posteriormente, ao surgir a oportunidade de prestar concurso público, dediquei-me intensamente, com o firme propósito de alcançar esse objetivo. Assim, como meu pai, eu desejava contribuir para a transformação da sociedade, por meio da implementação de políticas públicas que impactam diretamente a vida das pessoas”.
Ela continua falando sobre o pai: “Ele sempre foi uma grande referência em minha vida, especialmente em seu modo de ser e agir, tanto na esfera pessoal quanto na profissional. Ele sempre foi um exemplo de paciência, resiliência e amor incondicional. Ensinou-me, com atitudes, o que significa abrir mão de si para cuidar do outro”, comentou Marianna.
Aposentadoria compulsória e sob protesto
Aos 99 anos de idade, Augusto Cascon, pai da professora Vera Cascon, coordenadora da FECTI – Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro, se aposentou na compulsória, com 70 anos, sob protesto: “Ele não queria se aposentar e ficar sem fazer nada, mas eu disse para ele não se preocupar, que eu ia ocupá-lo com os netos, meus filhos”.
Aos 17 anos de idade, Augusto entrou na The Rio de Janeiro City Improvements Company, empresa prestadora de serviços de saneamento inglesa. “Em 1947, com o fim do contrato de 90 anos que tinha origem no tempo do Império, os funcionários foram considerados servidores públicos do Distrito Federal. desde seu ingresso na City. Fui aposentado aos 70 anos, em 1996, na compulsória”, disse Augusto, analista da Fazenda (SEFAZ-RJ).
Ele contou qual foi a sua reação quando soube que Vera ia concorrer a uma vaga na esfera pública. “Achei que minha filha tinha condições de decidir o que era melhor para ela e sempre respeitei suas decisões. Acho muito importante a atuação dos servidores públicos, porque prestam serviços fundamentais para a sociedade”.
Filho de peixe… peixinho é…
“Meu pai é uma pessoa excepcional, sempre me apoiando em todos os aspectos da minha vida, inclusive desde a escolha da graduação quanto na vida profissional”. É assim que Isabella Pereira de Almeida Araujo, chefe da Assessoria Jurídica, fala sobre o pai, Carlos Tadeu Reis de Almeida.
Segundo Isabella, o pai sempre foi fonte de inspiração ao liderar equipes e trabalhos extremamente complexos. “Com ele pude aprender a trabalhar com comprometimento, seriedade e, sobretudo humanidade, e assim busco ser uma servidora pública cada vez melhor, fazendo jus a grande responsabilidade que recebi ao passar em um concurso público.”
O policial civil Carlos Tadeu Reis de Almeida contou que ingressou no serviço público, em 1985, incentivado pela perspectiva da estabilidade e falou da satisfação quando soube que a filha ia fazer um concurso. “Apoio incondicional, apesar de sempre recomendar que o concurso fosse, preferencialmente, na área da graduação”, disse Carlos Tadeu destacando a importância do servidor público para a sociedade e na entrega de serviços.
“Apesar de ser rotulado como ‘privilegiado’, o servidor público inicia sua carreira após participar de concurso público que sempre é desgastante, concorrido e cheio de incertezas. Mesmo sendo um regime trabalhista diferenciado, sem as indenizações previstas na iniciativa privada, o funcionário público é uma figura essencial para o exercício dos direitos e deveres de toda a sociedade”, declarou o pai de Isabella.
Saudade de quem já partiu
Alguns filhos convivem com a saudade e as lembranças, como Maria Luciana de Assis Faustino Teixeira, que trabalha na Ouvidoria da Fundação Cecierj, e Fred Furtado, do Museu Ciência, em Duque de Caxias. Iolando Barros de Assis (1928-2005) era da Marinha Mercante e a escolha por uma carreira pública era muito valorizada por ele, como conta Luciana: “Remetia a uma estabilidade almejada e, talvez, indiretamente, tenha apresentado alguns reflexos na minha escolha pela carreira pública”. Ela continua:
“Ele gostava de rotina, disciplina e estabilidade e nos ensinou a valorizar a educação e a respeitar a hierarquia. Nos ensinou que tudo pode ser alcançado com trabalho duro e foco, ainda que você não tenha todas as ferramentas para alcançar o sucesso em um primeiro momento, mas a resiliência e a capacidade de lidar com adversidades permitem alcançar resultados. Meus pais são minha referência, minha origem e pelos quais possuo gratidão eterna pela oportunidade de estar aqui, fazendo o meu melhor na vida que me foi presenteada”.
José Galdino da Silva Furtado, pai de Fred Furtado, se reformou como primeiro-tenente na Marinha, tendo se alistado durante a Segunda Guerra Mundial. Depois de se reformar, na década de 60, ele foi para a Marinha Mercante e trabalhou em navios de empresas particulares, como a Frota Oceânica.
“Infelizmente, não tive muito tempo com meu pai. Ele faleceu quando eu tinha 9 anos. E, mesmo em vida, passava muito tempo embarcado. Mas as memórias que tenho dos momentos em que estava conosco são calorosas. Incluindo, as das viagens nos navios onde trabalhou. Sempre vou associar o mar ao meu pai”, declarou Fred.
Pai como exemplo de dedicação
“Meu pai serve de exemplo, de dedicação, para seguir o mesmo caminho do funcionalismo público e poder proporcionar mais segurança para a família”, disse Flávia Busnardo, assessora da Diretoria de Material Didático. O bioquímico Cláudio Giovannini Busnardo entrou no serviço público em 1990:
“Ingressei para ter estabilidade e mais segurança no emprego. Quando a minha filha disse que ia fazer um concurso dei muito apoio”, comentou Cláudio, que destacou a importância do servidor público para a sociedade: “nós atender as pessoas, a comunidade e oferecemos um serviço público de qualidade.”
Quem também fala sobre o pai como exemplo é Paula Tainá, do setor de Convênios da Fundação Cecierj: “Ele sempre foi meu pilar, meu melhor amigo e meu herói. Quando nos mudamos para uma cidade pequena com poucos recursos, as incertezas do futuro eram muitas, mas sempre me incentivando nos estudos e me levando infinitas vezes pela estrada Rio – Santos para que eu não parar as minhas atividades”.
Paulo Roberto Rodrigues tinha um comércio e a filha “’testemunhava de perto as dificuldades que ele passava e os desafios que, junto com a minha mãe, enfrentava para me criar”. “Por isso, queria tanto passar em um concurso. Hoje nós três somos servidores públicos, conquistamos a tão sonhada estabilidade e, como ele mesmo diz, estamos colhendo os frutos de tudo o que plantamos com muito esforço e fazendo o bem”, conta Paula, que brinca com o pai:
“Os anos trouxeram algumas ruguinhas e uma careca para aquele surfista magrinho e cabeludo de antigamente, mas também uma netinha que deu a ele o título de vovô mais amado do mundo. Somos muito sortudas per tê-lo em nossas vidas e ainda vamos viver muitas aventuras juntos!”
Professor de Educação Física, Paulo Roberto lembra que queria atuar em escola particular e pública e em academias. “Estaria vivenciando diversas experiências e, em paralelo, teria uma estabilidade pública. Quando a Paula escolheu ser servidora pública, eu sempre apoiaria a decisão dela. Fiquei orgulhoso, pois ela foi uma das primeiras colocadas e isso foi uma recompensa por todo esforço familiar em dar a ela uma boa educação. Uma sociedade é composta de profissionais públicos e privados e todos devem fazer o seu melhor. Um bom profissional público demonstra respeito a sociedade que ele também faz parte”.
Inspiração para o serviço público
“Ver a dedicação e o compromisso com o trabalho que ele sempre demonstrou, me inspiraram a seguir com seriedade o caminho do serviço público”. É assim que Adriana Costa, assessora da Diretora de Tutoria, respondeu sobre a decisão de prestar um concurso. Terceiro-sargento reformado do Corpo de Bombeiros, Antonio Plínio de Aguiar entrou para o serviço público em 1977.
“Sempre tive uma profunda identificação com o serviço público. Fiquei muito emocionado e orgulhoso quando soube que a minha filha foi aprovada no concurso. O servidor público é quem entrega à população serviços essenciais. Ter um servidor consciente disso e empenhado é fundamental”.
Quem tem uma opinião parecida é Arcelio Dutra de Brito, contador e pai de Filipe Brito, da Assessoria de Comunicação. “A respeito da importância do servidor público, penso que é uma forma do cidadão prestar um serviço à sociedade na qual está inserido e, ao mesmo tempo, com suas opiniões, ser interlocutor entre sociedade e a Administração Pública”, comenta Arcelio, que falou sobre a decisão de ter feito um concurso e, posteriormente, o filho:
“A primeira motivação foi a estabilidade, pois na iniciativa privada as mudanças na administração tendem a se propagar para os cargos mais sensíveis. A segunda motivação foi a possibilidade de melhor conhecer e aprofundar meus conhecimentos em Administração Pública, principalmente nas áreas de Controle, Orçamento e Contabilidade Pública. Fiquei muito feliz pelo Filipe”.