A participação em eventos científicos é fundamental para a formação do futuro profissional, pois possibilita a troca de experiências com outros colegas e integra os conhecimentos adquiridos ao longo do curso com as percepções obtidas em atividades extracurriculares. Melhor ainda é ter a oportunidade de apresentar o resultado de pesquisas que estão sendo desenvolvidas. E foi o que aconteceu com os estudantes Stela Soares Silva, 27, e Thiago Cerqueira Vieira, 31, destaques da edição 2022 do Encontro Nacional de Engenharia de Produção (Enegep), realizada em Foz do Iguaçu. Os dois são egressos da graduação a distância oferecida pela Universidade Federal Fluminense (UFF), no âmbito do Consórcio Cederj, coordenado pela Fundação Cecierj, vinculada da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação.

“É a primeira vez que temos os alunos apresentando artigos nesse congresso. E é uma conquista muito grande ter alunos da modalidade a distância apresentando trabalhos neste evento científico, que é o maior de Engenharia de Produção no Brasil, principalmente quando os artigos são fruto das pesquisas de trabalho de conclusão de curso ou de iniciação científica, como foi o caso desses alunos”, disse a professora Ana Carolina Angelo, coordenadora do curso de Engenharia de Produção.

De acordo com a professora, o desempenho dos alunos do EaD nas pesquisas de iniciação científica tem surpreendido, devido ao comprometimento e curiosidade dos estudantes, um atributo que ela afirma ser essencial para qualquer pesquisador. “Nosso curso tem o compromisso de incentivar os alunos a publicar e apresentar os resultados dessas pesquisas em eventos. Isso possibilita que a trabalho desenvolvido dialogue com a sociedade e a comunidade científica, além dos benefícios referentes ao desenvolvimento de competências profissionais e network”, ressaltou Ana Carolina.

Participação dos alunos

Stela Silva é autora do artigo “Aplicação do método duplo diamante do design thinking de problem-solving em um escritório contábil” (https://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_ST_387_1915_44994.pdf), que consiste na aplicação prática da metodologia design thinking, que busca levantar, priorizar e resolver problemas, por meio de práticas colaborativas, contribuindo para uma tomada de decisão mais assertiva. Ela disse que a experiência de ter sido selecionada no Enegep representa o reconhecimento do esforço e dedicação dados à sua pesquisa.

“A pesquisa leva em conta problemas reais e combinou com o tema do congresso, sobre o impacto da transformação digital na indústria, visto que pode ser aplicada em dinâmicas de diversos contextos pela sua maleabilidade. O evento é muito importante para os profissionais da Engenharia de Produção serem ouvidos e valorizados pelos trabalhos que vem realizando dando ainda mais relevância à profissão”, afirmou Stela, que estudou no Polo Cederj São Gonçalo.

Já a pesquisa que Thiago Vieira apresentou no encontro propõe uma discussão sobre a produção de artigos científicos. O trabalho do aluno do Polo Cederj São Gonçalo teve como objetivo mapear o fluxo de valor dos alunos de iniciação científica no grupo de pesquisa Gepes/UFF. “Foi uma experiência marcante por ser a minha primeira participação no principal evento de Engenharia de Produção do país e que abre caminho para outras apresentações”, declarou.

Ele também comentou que sempre quis seguir a carreira acadêmica. “Acredito que o aprendizado é contínuo e, mesmo já atuando no mercado de trabalho, devemos continuar buscando novas formações. Esses aprendizados podem ser utilizados para a escrita de trabalhos científicos e livros. Dentro do grupo de pesquisa, aprendi muito, pratiquei a escrita e produzi artigos para publicação em revistas e jornais internacionais”.

O ensino no Cederj

Para Thiago, o ensino a distância tem algumas vantagens em relação à modalidade tradicional. “Como não há a locomoção, o tempo de estudo é aquele em que o aluno realmente está dedicado a absorver o conteúdo, sem simplesmente cumprir horas ou presença. Com o tempo que sobra é possível adquirir experiências valiosas, que talvez fossem alcançadas somente depois da formação. No meu caso, pude me dedicar à pesquisa e me desenvolver no mercado de trabalho. O que poderia ser uma lacuna é, na verdade, a chance de experimentar e descobrir o próprio caminho”.

Stela contou que acompanhou pelas redes sociais outros estudantes contando suas experiências e pensou se um dia faria parte desse grupo. “O ensino semipresencial é um bom formato para quem concilia trabalho e estudo. Fui capaz de cursar uma universidade federal, podendo trabalhar durante o curso, já que não era período integral. Essa possibilidade permitiu que eu fosse aprovada em dois estágios ao longo da graduação, em tecnologia e em inovação, ampliando as oportunidades de atuação profissional e pavimentando o caminho na área que trilho hoje em dia”, afirmou.