Para celebrar o Dia Nacional da Consciência Negra, o Museu Ciência e Vida, localizado na Baixada Fluminense, preparou uma programação especial para destacar as culturas de matriz africana que se desenvolveram no Brasil e na própria região onde está instalado o equipamento da Fundação Cecierj, vinculada da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação. Todas as atividades, realizadas entre 24 de novembro a 1º de dezembro, são gratuitas.

A programação terá contação de histórias, gamificação, oficina de narrativas e uma roda de conversa com a presença do professor Nielson Bezerra, coordenador do programa de pós-graduação em Educação, Cultura e Comunicação nas Periferias, do pesquisador Gabriel Delphino, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ, e mediação de Carolina de Assis, astrônoma do Museu Ciência e Vida e curadora da programação.

“A ‘ciência’ impressa no imaginário das pessoas é, na verdade, uma ideia ocidental de ciência, desenvolvida sob uma lógica eurocentrada. Mostraremos para o nosso público a potência do conhecimento produzido pelos corpos e intelectualidades negros, estamos mostrando a potência que ele é. Como mulher negra, cientista e moradora da Baixada, este tem sido meu objetivo neste trabalho”, afirmou Carolina de Assis.

Ela salienta que o Museu Ciência e Vida está em um território de importantes centros de cultura e resistência. “Promovemos a cultura científica em diversas áreas do conhecimento. Mas, sobretudo, é um museu de ciências na Baixada Fluminense: lar da religiosidade negra mais antiga do estado e de duas das maiores escolas de samba que temos no Rio de Janeiro. O Museu Ciência e Vida está em território negro. E deixar isso evidente é urgente”, ressaltou.

A Semana da Consciência Negra destacará a ancestralidade afro-brasileira, empoderamento negro, filosofia, literatura negra e quilombismo. O evento conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Será conferido certificado de participação. Confira a programação completa:

24/11: Roda de conversa “Saberes Negros”, às 14h
Nesta atividade, os conceitos de quilombo e quilombismo são o ponto central para o diálogo com o público, mostrando que o quilombo é um espaço político de produção de saberes em diferentes esferas, onde há a produção de memória negra e de prática política. Nesse sentido, quantos quilombos não estão ao redor de nós? Faixa etária: a partir de 15 anos.

Palestrantes:

. Gabriel Delphino é pesquisador de doutorado em Ciência Política no Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ e atua como educador popular em pré-vestibulares sociais.

. Nielson Bezerra é pós-doutor em História da Diáspora Africana, Banting Fellowship da York University; coordenador da pós-graduação em Educação, Cultura e Comunicação nas Periferias e do Grupo de Pesquisa e Extensão Cultural A Cor da Baixada; professor da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense; diretor de Pesquisa do Museu Vivo do São Bento.

Mediadora: Carolina de Assis é mestra em História das Ciências das suas Técnicas e Epistemologia e astrônoma da Fundação Cecierj, coordenando as atividades do Planetário do Museu Ciência e Vida.

28/11: Contação de histórias com teatro de sombras ‘Pequeno Príncipe Preto’, às 14h e 15h
Essa contação de histórias é derivada de uma adaptação do livro homônimo de Rodrigo França. Nela conheceremos um pouco sobre a incrível viagem do Pequeno Príncipe Preto para longe e de volta ao seu pequeno planeta, nos fazendo refletir sobre os conceitos de vida, ancestralidade e amizade. Esta atividade contará com tradução em Libras. Faixa etária: a partir de 4 anos.

29/11: Contação de histórias ‘Sóis de Sankofa’, às 14h e 15h
Dandara aprenderá que é preciso continuar ouvindo e preservando os conhecimentos de sua comunidade, o quilombo Sankofa. Nesta história, iremos compartilhar os conhecimentos do Quilombo Sankofa e a memória afetiva de Dandara sobre o céu e a agricultura quilombola e as práticas do Jongo. Faixa etária: de 6 a 12 anos (1ª sessão) / maiores de 12 anos (2ª sessão).

30/11: Contação de histórias e gamificação ‘A África que você fala’, às 14h e 15h
Dengo, cafuné, farofa – palavras que os brasileiros tanto gostam e que têm origem na Mãe África! Descubra sobre essas e outras palavras que atravessaram o oceano com a contação do livro “A África que você fala” (Claudio Fragata, Globo Livros, 2020) e um jogo da memória que resgata nossas raízes africanas. Faixa etária: a partir dos 7 anos.

01/12: Sessão de cúpula ‘O Céu Dogon’, às 12h30
Olhar para o céu e entender os seus significados é parte do conhecimento produzido por todas as culturas do planeta e as culturas africanas não são uma exceção. Nessa sessão de planetário especial, conheceremos mais sobre os mistérios da Astronomia Dogon, um povo do Mali. Faixa etária: a partir de 5 anos.

Serviço:
Museu Ciência Vida, em Duque de Caxias, prepara programação especial na Semana da Consciência Negra
Data: de 24 de novembro a 1º de dezembro de 2023
Local: Museu Ciência e Vida em Duque de Caxias, Rua Ailton da Costa, 25 – Jardim Vinte e Cinco de Agosto
Entrada gratuita
Faixa etária: ver classificação indicativa para cada atividade na programação