Eloah Padrone e Rebeca Apolinário foram alunas de Eletrônica na ETE Henrique Lage, em Niterói, e, atualmente, estão na universidade King Fahd de Petróleo e Minerais, na Arábia Saudita. Já Gabriela Gomes, da escola Eliezer Max, em Laranjeiras, está fazendo Engenharia na Ecole Centrale Marseille, na França. As jovens, além de estudarem fora do país, têm em comum a participação na FECTI – Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro, organizada anualmente pela Fundação Cecierj, e que virou o documentário ‘Efeito Fecti – Buscando Conhecimento’, que foi lançado nesta quarta-feira (09), na sede da vinculada da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação.

“É emocionante o documentário. Todos se emocionam quando veem um trabalho bem feito e as pessoas lutando para construir algo. O filme celebra o Efeito Fecti, estudantes e professores. Por mais que falemos de tecnologia e recursos, os depoimentos mostram o quanto é importante a dedicação e a existência das feiras de ciências, que promovem a saída dos colégios e esse olhar para o mundo”, comentou o presidente da Fundação Cecierj, Ricardo Piquet, que participou do lançamento ao lado do vice-presidente Científico, Gabriel Seraphim.

‘Efeito FECTI’ faz um convite para conhecermos a história das pessoas que se dedicam pela busca do conhecimento na maior feira de ciências do estado. O documentário apresenta o trabalho que alunos, professores e organizadores têm na construção desse evento de popularização da ciência, voltado para estudantes de escolas públicas e particulares dos ensinos fundamental, médio e técnico. O filme é uma produção inédita da Fundação Cecierj e contou com direção de Renata Sequeira e Leandro Nogueira e fotografia de Filipe Dutra, da Assessoria de Comunicação.

“Só tenho a parabenizar vocês por terem se empenhado e se deixado contagiar por essa paixão pela Fecti. Vocês foram envolvidos em um trabalho muito lindo. Não é demagogia, não sou eu quem faz a Fecti, mas todos nós da Fundação e os que já passaram por aqui, professores e estudantes”, destacou Vera Cascon, que complementou: “Sabemos as grandes dificuldades em fazer divulgação científica nas escolas, em como as escolas conseguem montar um laboratório ou desenvolver algo mais acadêmico e sempre incentivamos a pesquisa na escola, mesmo que seja algo simples. Para nós, o importante é o desenvolvimento do pensamento crítico”.

O filme ‘Efeito FECTI’

O filme é dividido em cinco blocos (Quem faz a FECTI, Divulgação científica nas escolas, A FECTI, A FECTI e outras feiras de ciências e Efeito FECTI) e traz entrevistas com a coordenadora da FECTI, Vera Cascon, os professores Altair Santos, da Rede Faetec, e Willian Abreu, da Eliezer Max, e alunos que estão se preparando para a edição deste ano, além de imagens captadas em 2022 e 2023 e de acervo.

“O professor, mais que ensinar, mostra ao aluno que ele tem potencial. A maioria nem sabe que tem esse potencial. Eles acham que estão ali só para estudar, mas o lance do docente é libertar a potencialidade deles”, disse Altair dos Santos, professor da Rede Faetec, que foi acompanhado dos estudantes que vão participar deste ano da Fecti, Julia dos Santos, João Quintanilha, Miguel Siqueira e João Lucas.

“Tem sido de grande valia participar deste processo, não só de me assistir em um documentário, porque a sensação é um pouco diferente me ver nessa posição de entrevistada, mas saber que vou deixar um legado que será visto por outras pessoas. A minha equipe tem uma importância enorme, porque não chegamos a lugar algum sozinha. Sentir-me parte dela, dessa comunidade, foi determinante para que chegássemos com o projeto pronto”, disse Julia Santana, de 18 anos, estudante do 3º ano do Henrique Lage.

Alunas que participaram da FECTI estão estudando na Arábia Saudita e França

As alunas Eloah Padrone, Rebeca Apolinário e Gabriela Gomes também mandaram depoimentos para o documentário, que marca a comemoração das 18 edições do evento. Elas falam sobre a importância das escolas investirem em divulgação científica, o papel fundamental dos professores orientadores e como é participar da FECTI e outras feiras, até mesmo internacionais, como a isef, que foi realizada nos Estados Unidos, e garantiram premiação e bolsa de estudo integral para as estudantes da Faetec.

“Ver esse trabalho brilhante me deixa muito feliz. Professora Vera, o seu trabalho na FECTI é excepcional e realmente motiva crianças e jovens, que têm muito a contribuir para o nosso estado. Agradeço às meninas da Faetec e ao professor Altair. Sou fã do serviço que prestamos dentro da nossa instituição. Tenho um carinho enorme pelos servidores que estão lá e que contribuem muito para os nossos resultados. Sou apenas a pessoa à frente, dando suporte para quem está atrás, brilhando e entregando”, disse a presidente da Faetec, Caroline Alves, que foi acompanhada do vice-presidente da instituição, Fabricio Repsold. 

Filme será exibido em novembro, no Cineclube CECIERJ, e na FECTI

O filme será exibido na programação de novembro do Cineclube CECIERJ, em sessões especiais em Duque de Caxias, onde funciona no Museu Ciência e Vida (Rua Ailton da Costa, s/nº, Jardim Vinte e Cinco de Agosto). As sessões vão acontecer nos dias 07, 19 e 28 de novembro, às 9h30 e às 14h, ou através de agendamento pelo formulário https://forms.gle/ob1vyvCy7pNS1fpN6.

Outras exibições estão programadas para os dois dias de FECTI, que vão acontecer nos dias 30 de novembro e 01º de dezembro, no CEFET/RJ, que está localizado na Avenida Maracanã, 229, Maracanã, Rio de Janeiro. A entrada é gratuita e os visitantes vão conferir, também, os projetos que estão concorrendo em categorias, como Ciências no Ensino Fundamental (6º e 7º e 8º e 9º ano, Biológicas & da Saúde, Exatas e da Terra, Desenvolvimento de Tecnologia e Interdisciplinar.

“É um sonho que temos desde que ingressamos na docência, de levar o pensamento científico e essa curiosidade para as gerações futuras. A ideia nasceu entre dois amigos, lá no início da graduação, e, em algum momento, eu e o professor Willian Abreu, nos encontramos profissionalmente e conseguimos concretizá-la. E só é possível, porque existe esse tipo de incentivo. Mobilizar os alunos sem esse propósito seria mais complicado. Hoje, eles amam e podemos dizer que fomos contagiados por essa energia da FECTI “, explicou Eduardo Sperandio, coordenador do ensino médio da escola Eliezer Max.