Não é todo mundo que consegue chegar a completar 103 de anos de vida, especialmente em tempos de guerra. Pois sim, essa é a história de Rita Levi-Montalcini, médica italiana que viveu os horrores da Segunda Guerra Mundial,
foi perseguida por Mussolini, aliado do nazismo, e proibida de exercer a medicina. Imaginem como deve ter sido difícil viver esses momentos… Ao pesquisar a biografia de Rita Montalcini, a sua determinação extrema foi o que mais me impressionou. Cá entre nós, uma mulher para ser pesquisadora já precisa ter naturalmente uma dose extra de determinação, mas Rita tinha muitas e muitas doses, o que a tornava uma mulher icônica. Rita era médica e como havia sido impedida de exercer a medicina resistiu à perseguição fascista e ocupação nazista se refugiando em Florença, onde ajudou os refugiados de guerra.

Rita improvisou um laboratório na cozinha de sua casa na zona rural, onde fazia experimentos com embriões de galinha. Suas pesquisas com as células e suas mutações avançaram também para os nervos sensoriais. Outra contribuição muito importante foram os estudos sobre o sistema nervoso e a descoberta de uma proteína que regula o crescimento dos tecidos, a qual foi dado o nome de Fator de Crescimento Nervoso.

Os trabalhos realizados pela pesquisadora ajudaram no entendimento de diversas situações de saúde, incluindo tumores, desenvolvimento de malformações e demência senil, além do mal de Alzheimer, que vem se tornando mais e mais comum em nossa sociedade. Rita ficou conhecida como a “Dama das Células” em virtude de suas contribuições na compreensão dos mistérios das células. Seu vasto trabalho em especial sobre a doença de Alzheimer teve o reconhecimento da comunidade científica com o Prêmio Nobel da Fisiologia e Medicina, em 1986. Como se não bastasse tantas contribuições científicas, Rita Levi-Montalcini colaborou também na política e se tornou senadora vitalícia do Parlamento da República Italiana em 2001.