A segunda edição do Hackathon Meninas Normalistas, que aconteceu nos dias 25 e 26 de abril, no Museu Ciência e Vida, reuniu estudantes do ensino médio, de escolas de formação de professores, localizadas na capital e na região metropolitana do estado do Rio de Janeiro. Depois de muito trabalho, com oficinas, palestras e a parte prática, as vencedoras foram as alunas do Instituto de Educação Carmela Dutra que uniram um aviãozinho de papel ao robô Alfredo para ensinar unidade de medida. A avaliação consistiu no plano de aula elaborado, no pitch, na apresentação e no vídeo produzido.

“Nós vimos tantos projetos incríveis, todos com acabamento ótimo, e não esperávamos ganhar o primeiro lugar. Fizemos amigas, gravamos a apresentação das nossas colegas da mesma escola e, quando falaram os nossos nomes, até pensamos ‘será que falaram certo?’. Viemos para a maratona em busca de conhecimento, pois participamos de um clube de ciências do colégio e queríamos ampliar sobre o papel das normalistas em sala de aula”, disse Ana Paula Affonso, após a receber a premiação, ao lado das colegas Maiara Lopes, Rafaela Ribeiro e Aryane Freire.

Os segundo e terceiro lugares ficaram com alunas do CIEP 341 – Sebastião Pereira Portes, em Queimados, grupos Márcia Barbosa e Hedy Lamarr, respectivamente. A maratona Hackathon Meninas Normalistas é realizada pelo Museu Ciência e Vida, da Fundação Cecierj, vinculada da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, e faz parte de um projeto que incentiva as meninas a se interessarem pelas carreiras de ciências exatas. O evento é realizado no âmbito do projeto “Meninas nas Exatas da Baixada Fluminense”, uma parceria do Museu Ciência e Vida com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), campus Duque de Caxias.

“O trabalho que o Museu Ciência e Vida realiza é de relevância social, porque reúne formação de professores e desafio científico com a possibilidade de aprendizado de forma lúdica. E estar aqui é o reconhecimento da minha ancestralidade, pois sou nascido em Duque de Caxias, e tem um valor para as pessoas, inclusive, pensarem no futuro, o que é impossível sem reconhecer as raízes que foram plantadas no passado. Não existe uma linearidade para fazer ciência, o tempo todo revemos nossas formas de pensar o mundo, de interconectar com as pessoas e não desprezar nenhuma forma de conhecimento”, destacou o presidente da Fundação Cecierj, Lincoln Tavares, que participou da abertura ao lado da vice-presidente Científica, Régia Beatriz.

A programação

Divididas em oito equipes, as meninas participaram de oficinas de conceitos de ciência aplicáveis à educação infantil e robótica, com a cientista Aline Martins, que atua no Museu Ciência e Vida, e visitas às exposições e a uma sessão de planetário. Durante a maratona, as alunas tiveram que pensar, discutir e propor soluções tecnológicas para o ensino de ciências na educação infantil e no ensino fundamental I. A equipe da Divulgação Científica colaborou no apoio técnico, orientando e auxiliando na confecção das apresentações, no uso de ferramentas de design e na elaboração de projetos.

“O Hackathon Meninas Normalistas é um evento de tecnologia adaptado para o nosso contexto de divulgação científica, nesse caso voltado, especificamente, para as normalistas. E há outro aspecto, muito importante, que é contribuir para o desenvolvimento da prática cultural e a visita aos museus, tanto pode ser de arte, história ou ciências. Desenvolver esse hábito cultural amplia o nosso repertório”, destacou Mônica Dahmouche, coordenadora da maratona.

O próprio Hackathon possibilitou a primeira ida ao museu para Carina Santos, de 17 anos, aluna do CIEP 341 – Sebastião Pereira Portes. “Eu vim através de amigas que participaram da primeira edição e estou muito feliz, pois é a primeira vez que venho a um museu. Está sendo uma experiência muito nova e gratificante”, disse Carina com um sorriso no rosto.