Nesse nosso mundo cheio de respostas, há algumas perguntas que nos perseguem há um tempão. Uma delas, sem dúvida, é a grande questão: estamos sozinhos no Universo?

É pensando em responder a esta grande pergunta que astrônomos vêm procurando, há quase meio século, planetas fora do Sistema Solar, os chamados exoplanetas.

Os primeiros exoplanetas conhecidos foram descobertos em 1992. De lá para cá, mais de 4000 exoplanetas já foram descobertos e outros 5781 ainda aguardam confirmação. A procura por exoplanetas vasculha todos cantos do nosso universo próximo e já chegou até outra galáxia. O exoplaneta mais distante já descoberto, o SWEEPS-11, foi identificado em 2006 e está na galáxia de Andrômeda, há mais de 27.000 anos-luz. Ou seja, se viajássemos até lá, mesmo que à velocidade da luz – a maior velocidade que existe – nós só chegaríamos daqui a mais de 27.000 anos!

Depois da busca por outros mundos tão longe, imaginem a surpresa em descobrirmos, em junho deste ano, mais um planeta orbitando a estrela mais próxima de nós, a Próxima Centauri!

Esse novo vizinho está a apenas 4.2 anos-luz e uma análise preliminar indica que ele é uma “Superterra”: um planeta com massa maior que a da Terra mas menor que a de Netuno. O sistema ainda conta com um outro planeta, descoberto em 2016, o Próxima Centauri b. Este é ainda mais parecido com o nosso planeta azul, com uma massa estimada de 1.3 vezes a massa da Terra. Bem interessante quando se pensa em vida fora da Terra, o Próxima Centauri b está localizado dentro da chamada Zona Habitável, uma região cuja distância à estrela permitiria a presença de água líquida na superfície do planeta. E a presença de água líquida é um dos principais fatores que permitiram o surgimento e desenvolvimento de vida aqui na Terra.

O tipo de estrela que esses planetas orbitam é menor, mais fria e menos luminosa que o nosso Sol, uma Anã Vermelha. Este tipo de estrela é abundante na nossa galáxia e muitos dos sistemas planetários que encontramos são com estrelas desse tipo. Assim como Superterras parecem estar bastante presentes no universo a fora.

Ter um sistema planetário desses como vizinho é um prato cheio para conseguirmos investigar melhor a possibilidade de vida fora do Sistema Solar. Há quem diga que, num futuro distante, a gente possa, inclusive, viajar para lá! Uma viagem de pelo menos 4 anos e três meses… Melhor já preparar o lanchinho!