Um movimento no setor de empreendedorismo, dentro de universidades espalhadas pelo mundo, vem crescendo e gerando oportunidade de conciliar o conhecimento acadêmico às práticas empresariais. Trata-se das empresas juniores que chegaram também aos cursos a distância. Nesse grupo, os alunos do Polo Cecierj/Cederj de Macaé são destaque com a ECOlagos – Educação Ambiental, a primeira empresa júnior em educação ambiental da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) no âmbito do Consórcio Cederj, administrado pela Fundação Cecierj, vinculada da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação.

O Movimento de Empresas Juniores, lançado na França na década de 1960, chegou ao Brasil em 1987 e agrega cerca de 22 mil universitários, que atuam em aproximadamente 900 empresas, onde estão sendo realizadas mais de 17 mil projetos. No Brasil, a iniciativa é organizada em duas categorias: a Rio Júnior, no âmbito regional, e a Brasil Júnior na instância nacional. Os alunos do Polo de Macaé descobriram esse universo em uma palestra sobre empreendedorismo e mercado de trabalho, com a apresentação de uma iniciativa do Ceará.

“A partir desse encontro, entramos em contato com o Movimento de Empresas Juniores e nos inteiramos sobre os procedimentos para a criação de uma empresa júnior e a possibilidade de qualquer instituição ou grupo de alunos fundarem algo desse gênero. O que nos motivou a iniciar um projeto de empreendedorismo foi fomentar a educação empreendedora aliada à educação oferecida pelo curso”, explica o integrante da ECOlagos, Romeu Coelho do Nascimento, de 37 anos, aluno do 8º período da licenciatura em Ciências Biológicas.

Criada em agosto de 2021, a ECOlagos tem como missão ser referência no empreendedorismo universitário e na educação ambiental, fomentando o desenvolvimento ecológico e econômico da sociedade, através de serviços inovadores. A forma de ingresso na empresa júnior é por meio de processo seletivo para alunos de qualquer um dos cursos de graduação da UENF que desejam se candidatar a esse projeto de empreendedorismo. As inscrições estão abertas e vão até 6 de maio. Todas as informações estão disponíveis no site https://ejecolagos.wixsite.com/ecolagos.

“Aprender as estratégias do empreendedorismo no início da vida acadêmica só gera benefício aos estudantes. Eles ficam mais atentos às necessidades do consumidor, criam planos de negócios e o que antes poderia ser apenas um trabalho em grupo nasce uma empresa que pode transformar a sociedade e ser o pontapé para a realização do sonho desses alunos”, afirma o secretário João Carrilho.

As regras

Para participar de uma empresa júnior, o estudante precisa estar vinculado a uma universidade, já que não pode ter membros que abandonaram o curso ou formados. Os próprios alunos têm autonomia administrativa e são responsáveis pela elaboração do estatuto do empreendimento e também podem decidir sobre o corte ou a ampliação de cursos que farão parte da organização.

Romeu Nascimento, que é conselheiro da Brasil Júnior, acredita que o Movimento de Empresas Juniores é um processo que representa o futuro da educação, porque é um modelo de empreendedorismo educacional fomentado pelos próprios alunos com apoio do corpo docente. “O professor atua realmente como um mediador e o aluno como protagonista da educação. Esse é o futuro”.

O presidente da Fundação Cecierj, Rogerio Pires, compartilha da mesma opinião e acredita que a Fundação Cecierj em parceria com as coordenações dos cursos ofertados no Consórcio Cederj podem estimular a criação de novas empresas juniores. “O aluno tem a oportunidade de vivenciar o mercado de trabalho e o empreendedorismo ainda durante a realização do curso e pode estabelecer parcerias com instituições públicas e privadas. É um ganho imenso quando esse estudante sair da graduação tendo essa experiência em seu currículo”, destacou.