Primeira Universidade a fazer parte do Consórcio Cederj, a Universidade Federal Fluminense (UFF) abriu os caminhos para o ensino superior a distância ao oferecer a Licenciatura em Matemática. Atualmente, é responsável por seis graduações e, segundo o reitor da instituição, o Professor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, há a possibilidade de aumentar a oferta de cursos.

Depende um pouco do desenvolvimento das oportunidades de financiamento, isso é muito importante, a UFF só pode criar com segurança de financiamento. E também com perspectiva de crescimento e desenvolvimento do estado”, explica o professor, que ressalta o compromisso da UFF de democratizar o acesso à educação superior como um dos estímulos a acreditar no Cederj.

Iniciamos por ele a série de entrevistas com os reitores das universidades que fazem parte do consórcio como forma de tornar a relação aluno – universidade mais próxima.

Leia abaixo a entrevista completa:

CEDERJ: A UFF foi a primeira universidade pública do Rio de Janeiro a oferecer curso no Consórcio, o que levou a universidade a encarar esse desafio de educar a distância 20 anos atrás?

REITOR: A UFF sempre foi uma universidade comprometida com o desenvolvimento do estado. Coerente com esse compromisso, ela tem campi em nove municípios do estado e também viu no ensino a distância uma estratégia de ampliar um alcance de suas ações. Uma visão de vanguarda, buscando novas metodologias para cumprir sua ação social de atingir o maior número possível de pessoas com qualidade de ensino.

CEDERJ: Por que o curso de matemática?

Porque é um curso básico de uma área de conhecimento que é de necessidade do país, portanto, do desenvolvimento do estado. Matemática é um elemento fundamental que atinge não só a ação dos profissionais de Engenharia, Arquitetura e outras áreas tecnológicas, mas também professores de Matemática que atuam na formação básica para alunos de escolas de um modo geral, que também é importante para a formação de conhecimento fundamental.

Além do mais, a UFF tem uma competência instalada nessa área de formação, inclusive com uma pós-graduação muito bem conceituada.

CEDERJ: O que entrar para o Cederj representou para a UFF? O que acrescentou para a instituição? Quais os ganhos?

REITOR: Foi fundamental para formar ao consórcio, amplia as ações e dá mais sustentabilidade a esse projeto. Ele é incorporado pelo estado com uma ação importante para o seu desenvolvimento, não só uma iniciativa da UFF, uma integração da UFF com o Estado do Rio de Janeiro. Deu sustentabilidade, visibilidade, maior alcance, é muito frutífera essa parceria.

CEDERJ: Como o professor vê o desenvolvimento da Educação a Distância no Brasil hoje?

REITOR: O desenvolvimento do ensino a distância impõe desafios. Por um lado amplia; por outro, a qualidade do acompanhamento é crucial. A UFF tem esse cuidado e com o Cederj tem sido assim. Não basta dar acesso a distância, tem que dar qualidade. Esse é um desafio mais importante, manter a qualidade dos curso que a UFF vem oferecendo via Cederj.

CEDERJ: O que precisa melhorar para os próximos 20 anos?

REITOR: Ampliar o acesso, formar mais jovens, comparados aos países centrais a gente ainda tem uma defasagem muito grande de formação superior, tecnólogos, graduação de modo geral para jovens de 18 a 25 anos, precisamos alcançar um patamar muito maior. Nosso desafio é esse, ampliar com qualidade.

CEDERJ: Quais cursos a UFF pretende disponibilizar na modalidade a distância no futuro?

REITOR: Depende um pouco do desenvolvimento das oportunidades de financiamento, isso é muito importante, a UFF só pode criar com segurança de financiamento. E também com perspectiva de crescimento e desenvolvimento do estado. A UFF pretende criar cursos de maneira estratégica, pensando nos objetivos de desenvolvimento socioeconômicos do Estado do Rio de Janeiro. Não existe uma decisão da UFF de mais cursos, mas uma disponibilidade para ampliar com qualidade qualquer curso que possa ajudar o desenvolvimento econômico e social do estado.

CEDERJ: É comum alunos que entram pelo vestibular Cederj entrarem em contato com a gente para perguntar sobre acesso a bolsas, auxílio e outros benefícios que alunos da modalidade presencial têm direito. Existe algum planejamento para que os alunos da modalidade a distância tenham acesso aos mesmos benefícios dos presenciais? Como seria isso?

REITOR: Oferece todos os benefícios iguais. O acesso ao ID UFF, que dá acesso a e-mail, carteirinha de estudante, bibliotecas, acesso a internet sem fio a toda as universidades relacionadas… O que acontece é que existem programas que são patrocinados pelo Pnaes (Plano Nacional de Desenvolvimento Estudantil), que veda explicitamente os alunos a distância. É um equívoco, no nosso ponto de vista, da própria lei do Pnaes, não é uma decisão da UFF. Por isso que aparece menos oportunidades que para os alunos presenciais, mas é por determinação legal do Pnaes.